Avançar para o conteúdo principal
Desculpa.
Começo por pedir-te desculpa. Ao qual de certo tu perguntarás porque. Qual a razão de te começar a pedir desculpa, sem se quer antes ter errado. Mas é precisamente por isso. Por ainda não ter errado, por ainda não te ter magoado, é que te peço desculpa. Para sempre. Sei que vou dar-te facadas no peito, das quais nunca esperavas. Eu sei que te vais cansar de mim, aliás como já tem sido hábito. Continuando o meu pedido de desculpas, mas agora por uma outra razão. Ou melhor, por outras razões, uma delas é o ciúme que me corre nas veias. Para além de amor, saudade e medo, tenho um ciúme enorme que preenche cada espaço vazio que em mim exista. Não foi a vida que me ensinou a ser assim, ou a vida que me pôs o ciúme no corpo. Mas sim cada pessoa que passou por mim, cada pessoa que foi deixando a sua marca profunda, o seu toque, cada pessoa que aos poucos me amou e deixou que eu a amasse. O ciúme ficou. E hoje sou uma rapariga mais ciumenta que teimosa. Difícil, não é? Não fosse eu outra coisa.
Não consigo confiar - outra razão pelo qual te peço desculpa - e isso magoa-me e atormenta-me todas as noites. Em cada madrugada eu penso que em cada anoitecer a confiança vai ser outra, vai ser maior, vai ser cheia de amor e segurança. E em cada amanhecer a insegurança volta. A desconfiança persegue-me. Desculpa. Por ser assim, por ser eu, por gostar de ti. Desculpa por achar que algo comigo nunca dá certo... Pensa comigo, eu sou errada. A mulher mais errada que poderás encontrar. Como, explica-me, como é que alguém pode ser feliz comigo?
Desculpa.
Comecei por pedir-te desculpa, e acabo a pedir-te desculpa.
Por aos poucos gostar de ti, desta forma tão errada.
Comentários
Enviar um comentário