Até dizer chega. E disse.

Tomei uma decisão. E antes que me interrompas, chega. Fica a saber que decidi-me pelo fim. Cansei-me desta corrida que nunca mais acaba, sem ajuda e sem ninguém para me amparar em cada queda que dou e dei. Cansei-me, e acredita, cansei mesmo. Acordar todas as manhãs cheia de vontade de agarrar em ti e por-te num lugar qualquer ao pé de mim. Ou adormecer em lágrimas porque foi mais um dia em que os teus lábios se desencontraram dos meus. Chega, basta! Basta de sofrer, cair, levantar-me sozinha. Basta de chorar, noites em claro, manhãs que nem são manhãs nem são nada, pois não há vida nelas. Basta! Cansei de correr atrás de ti. Não há mais verdade em minhas palavras do que aquela que ponho aqui. Há amor. Há tanto ou mais amor do que havia no dia em que me abandonaste. E há tanta ou mais mágoa do que aquela que ficou com a tua ida. Não existe dia nenhum em que não me atormentes o coração, a alma. A cabeça pesa de tanto te carregar em mim, e tomara tu que conseguisses aguentar este peso. Tinhas a sorte nas tuas mãos, mas decidiste largá-la. Decidiste largar-me. Se algum dia outras mãos ficarem com a sorte que tu largaste, não chores. Mas se chorares, que chores tanto ou mais do que eu chorei. Que implores por cada beijo meu, por cada pedaço do meu ser. Que implores por me ter. Eu sei que vou vacilar, que vou cair novamente, que vou chorar e gritar, que vou bater o pé, que vou dizer que não, mas agora chega. Basta! É hora de lutar por mim.
Só te quero perguntar uma coisa.
Ainda achas que vais conseguir viver sem mim?