Foda-se o amor.



Todos os dias, dia sim dia sim, tento não encontrar-te em mim. Juro e prometo-te que o faço. Todos os dias tento mais um bocadinho do que tentei no dia anterior, mas é esforço sem efeito, é como tentar mover montanhas. Não dá, não resulta. É como dizem, primeiro estranha-se, depois entranha-se. E porra, pergunto-me por que raio tinhas tu de te entranhar! Podias continuar a ser um estranho, a ser amigo, a ser a merda que tu quisesses, menos ser um amor que não sai do peito, um amor que fica, corrói, dói e não arranca pé. Finjo que já passou, que está tudo bem, que a tua voz não ecoa na minha cabeça ou que o teu toque não me assombra todas as manhãs, finjo e não resulta. Nada resulta nesta porra de amor que mais parece doença. E é isso, sinto-me doente. Doente de amores por ti. E se assim for, deixa-me ser. Deixa-me ser "doentemente" apaixonada por ti. (Inventei uma palavra. Boa!) Apaixonei-me da forma mais cruel que alguém se pode apaixonar. Fui com tudo, de corpo, de alma, de coração cheio e pernas a tremer, mas fui. Fui e fodi-me. Como se amar fosse fodido, como se o fodido aqui não fosses tu. Apaixonei-me e queres saber, acho que todos os dias me apaixono mais um pouco. Esta porra de vida sem um sentido qualquer, só tem lógica se a minha memória te trouxer ao de cima. Todos os dias, dia sim dia sim, perco-me nas palavras que não dizes. Perco-me nas que imagino que me gritas, que te sufocam e não aguentas mais. Perco-me, e entro naquela burrice de me perder em ilusões. Desiludida. Dia sim dia sim. Não há porra de um dia não em que queiras vir fazer-me companhia?

Foda-se o amor.

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