Força para regressar e vontade para ficar.

Hoje esqueci-me de ti. Por cinco minutos achei-te esquecido, e depois voltaste à lembrança em força. Já chega. Ou chegas perto, ou chega disto. Longe tão longe que não me consiga lembrar se quer do teu nome, ou perto tão perto que nem me consiga esquecer do cheiro do teu perfume. Saudade, é o nome que mais ecoa em mim a seguir ao teu. As paredes por onde passo e as pedras que piso, as ruas, as casas, tudo se assemelha a uma história que não é nada mais nada menos que a nossa. Não vivemos lá, não fisicamente. Nosso amor já esteve em tantos sítios quanto os possas imaginar. Criamos um nós sem nó e por isso nos soltamos. Me soltaste. Um nós sem nó. Um nós com laço. Laços de amor, laços em segredo, tanta ternura e doçura, o carinho do anoitecer e a paixão de cada amanhecer. Laços em nós, perdidos pelo nó que não estava. O nó que não esteve no momento em que nem o nós te segurou, e foste. Pergunto-me onde está o teu coração perdido de amores por mim. Se guardado, se escondido ou se apagado para não me amares mais. Mas repara que não referi "esquecido". Amor que é amor não se esquece. Fica, com ou menos força, mas fica, e vai ficando até deixar de estar tanto tempo como o teu ainda está. Depois não passa de um amor que foi, um amor que ficou. Não ficou no coração, mas ficou na memória. E claro, voltamos ao amor que é amor não se esquece, fica. Fica lembrando, até esquecendo. Até se esquecer o nome, o toque.
Todos os dias são dias abertos ao teu regresso, basta que largues esse jogo do esquecer à força o que o tempo te faz questão de lembrar. Não te largo por um segundo, mesmo que por um segundo me largues um pouco mais. 

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