Saudades tuas.



Podia gritar ao mundo quantas vezes te quero ou quantas vezes chamo por ti sem se quer abrir a boca, deixar que os meus olhos e as lágrimas na almofada o ditem. Mas convenceste-me de que tudo isso seria tempo perdido, as tuas palavras foram tão sérias que na minha cabeça continuam sem o mais puro sentido. Não me queres ou queres-me sem querer, não tem lógica, assim como o nosso amor ou “desamor” ou simplesmente o nosso gostar tanto e tanto gostar, não tem. Nada em nós tem lógica, ou algum dia tentamos ter, mas não seríamos nós se algum de nós tivesse lógica. A única coisa que em nós fazia sentido, era a tua mão colada à minha, os nossos lábios juntos e o ignorar das vozes alheias. A promessa de que apenas a voz do outro ecoaria em nós e nada mais. Mas quebraste essa promessa. Deixaste-te levar por sons de bocas de fora, deixaste que os sim’s e os não’s de outros fosse mais forte que o meu fica comigo ou que o teu querer ficar aqui. Deixaste-me em mil pedaços, sem te importares ou sem parecer que te importasses. E dói.

Podia gritar ao mundo quantas vezes me apaixono por ti em cada dia sem ti. Podia. Podia tanta coisa e tanta coisa que agora não posso. Mas aos poucos foste-me mostrando que os dias não são dias se não te tiver, que as noites parecem anos sem ter o teu boa noite ou o teu beijo quente. Podia tanta coisa que agora não posso, e isso dói. Dói não ter esse teu beijo, essas tuas mãos pelo meu corpo, o teu riso colado no meu, e os nossos planos juntos. Aos poucos mostraste-me que era possível termo-nos um ao outro em cada capitulo da nossa vida. E tenho tantas saudades de quando me metias mais perto de ti, de quando me enquadravas em cada história da tua vida, fazendo dela minha também. Enganei-me quando dizia que não me deixavas entrar em cada hora tua, em cada pedaço dessa tua vida, em cada porta que me fechavas, pois quem a fechava era eu. Pensei que terias sempre uma janela aberta para mim, enquanto aos poucos te fechavas e te afastavas. Não reparei. Centrei-me no que queria, no quanto aos poucos me apaixonava por ti, no quanto queria a tua mão somente na minha. Centrei-me no medo de te perder, esquecendo-me de que mais dia menos dia te perderia por certo. E nesse por certo veio a certeza sem sentido da perda. Fiquei sem ti. E dói.

Podia chamar o mundo até mim e contar-lhe as nossas aventuras. Podia… E posso. Em cada palavra uma lágrima e em cada lágrima um pouco mais de amor e saudade por ti. E não me cabe no peito a falta que os meus dias sentem de ti. Pintei-te na minha vida de uma forma tão simples e ao mesmo tempo tão complexa, tão fácil de ficar, tão difícil de deixar ir. Não passa um dia em que não passe por ti. Em que não passes por mim.

Aguardo o dia em que passas e ficas. Não demores.



Gosto de ti.

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