Deixa que a vida seja puta.

Promete. Promete e repete, que não vais voltar a falar-me palavras que não merecem o valor da palavra, que não merecem o valor de as pronunciares, e que não merecem o meu ouvido aberto e o coração disposto a elas. Promete. Promete que o dia que me deixares de vez sem quês, vais e não voltas. De que forma e feitio for, não voltas. Promete. Que não voltas a ir, se algum dia voltares. Que não voltas a querer sair de mim, quando voltares em mim a estar. Promete. Promete o abraço sem rasgares um pedaço, sem me arrancares qualquer coisa de novo. Seja amor, seja lágrima, seja dor. Promete o beijo, o último beijo de cada vez que me beijares. E que o último nunca chegue. Mas promete. Promete que estás, e que ficarás. Promete o presente, não quero mais nada nem nada mais a não ser isso mesmo, o agora. O exatamente agora, este momento, este estar e ficar que eu quero de ti. Comigo e já. Tão já que nem te dê tempo de pensar e voltar para trás. Promete. Promete o arrependimento da mágoa, da ida sem volta, do último olhar nos olhos e as saudades que isso te deixa. Promete-me amor. Promete, mas não falhes. Não digas que prometes, mas ao mesmo tempo mostra-me que sim. Que sim, promete. Que sim, ficas comigo. Promete.
Estou cansada dos dias sem ti. Promete a noite agarrada a ti, a tarde perdida pelo teu corpo, a manhã com o sexo que só tu sabes dar. Promete a ausência da saudade, e o constante prazer de te ter. Promete. Não falhes.
Eu? Prometo-te o Eu mais profundo e apaixonado. O Eu louco por ti, o Eu que quer ser teu. Só teu.  Hoje, e qualquer hoje que tu me queiras.
Lembra-te de mim, promete.