Hoje, não!
Estás deitado na minha cama. Completamente vestido como vieste ao mundo, só de pele no corpo. De tronco tapado com o único lençol que tenho no nosso ninho de amor. Posso chamar-lhe assim, não posso? Estás deitado na minha cama e esperas que eu me deite do teu lado, mas enquanto esperas, eu prefiro fazer-te sofrer. Não saias daí. Guarda o prazer e deixa que ele cresça, e que o desejo aumente. Não me pegues já. As tuas mãos estão a ficar suadas, começam a ficar irritadas de não ir até ti. O meu corpo ainda não está como o teu, mas está bem perto disso. No entanto, ainda estou bem longe de ti. Uma peça de cada vez, um suspiro a cada peça no chão. Mas quero que as tuas mãos tenham trabalho, que o teu corpo não tenha o meu de mão beijada. E vou meia de pele vestida meia de pele tapada para perto de ti, até porque o meu corpo já não aguenta ver-te assim, completamente despido em cima da minha cama. Quero-te assim, quero-te colado a mim, e não me ouses deixar.
Vamos fazer uma coisa diferente, hoje. Não há sexo. Não vai existir o fazer amor, o foder, o seja o que for, não vai acontecer! Hoje quero conhecer o teu corpo. Deixa-me explorar cada parte do teu corpo numa nudez que eu não me aguento se não me deixas. Vou ficando, tocando, suspirando, e oiço-te sem falares, gritas-me para parar e ao mesmo tempo queres tudo menos que pare. Estás a começar a ficar doido, louco. E eu quero-te assim, louco. Conhecer o teu peito, as tuas pernas, conhecer o teu tronco e tudo o que dele faz parte, conhecer os teus lábios tão bem quanto ainda der para conhecer, e deixar que tu conheças o meu. Deixando-me louca também. Não podemos ser injustos. Mas lembra-te, não vai acontecer nada. Não pode. Hoje é só conhecer.
Estamos os dois deitados na minha cama, perdidos nos beijos e no conhecer do corpo um do outro. Disse-te que não ia haver qualquer coisa, mas já me esqueci do que era.
Lembras-te?
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