Merda!

Não posso, não posso! Não posso querer-te mais e cada vez mais te quero. Odeio-te, odeio-te, por tanto gostar de ti! Odeio-te! Sai, vai. Sai de vez e não um pedaço de cada vez. Não resulta, não está a resultar! Vai! Diz que não me queres, que não me adoras, que não me desejas, diz que já me esqueceste. Diz que tens outro corpo, outros beijos, outro amor. Diz que tens outra mulher e que eu sou apenas a outra que te ama. Diz! Não posso, não posso gostar mais de ti e cada vez mais te amo. É isso, te amo ou amo-te, o que for e tudo o que não pode ser mais. Não posso, não posso e cada vez te quero possuir mais. Sai! Desaparece, arranca pé da minha vida antes que seja eu a arrancar pé dela. Matar-me por ti? Nem por mim, quanto mais por um sirigaito como tu que só me apaixonou para depois me largar. Não! Mas a minha vida está sem sentido e eu não a aguento mais assim, quero sair deste filme em que todos os dias me meto e me enfio como se fosse um buraco e dele não conseguisse sair. E na verdade, não consigo. Aiii, sai! Sai! Sai de mim, sai da minha vida, ou então fica. Mas sai que eu não aguento mais. Eu não te aguento mais! Estou tão apaixonada por ti que te odeio por tanto te querer e não ter. Odeio-te e ao fim ao cabo odeio-me mais a mim por não conseguir ambientar-me ao ambiente sem ti, ao quarto vazio, à cama desesperada, ao meu corpo cheio de saudades e sem ninguém para as arrancar. Sai! Por favor, sai. Diz-me qualquer coisa, que me queres ou que nunca me quiseste. Que queres que mude ou que nem a mudança te faz ficar. Que me desejas ou que a única coisa que desejas é a distância de mim. Mas diz. Diz e vai. Diz e fica. O que quiseres, e tudo o que disseres, já não me importa. Estou cansada, cansada desse teu eu mais forte que eu e que teima em todos os dias esmagar-me mais um bocadinho só porque te amo. Esquece, ou esqueço eu. Hoje tornei-me rija, tornei-me fria e começo a enfiar em mim a certeza de que não te posso ter. Porque não queres, e porque eu não posso. Não posso!
Quero-te tanto, porra! Puta da vida esta. Vai embora! Não me tires mais lágrimas, nem tempo, tira-te a ti de mim. Sai e não me magoes mais. Ou fica e faz-me feliz. Faz-te feliz. Mas que merda estou eu para aqui a dizer, já chega. Chega! Não me queres, e resto eu convencer-me disso. Não me amas, não me adoras e já nem se quer sentes prazer em dizer ou ler o meu nome. Já não há arrepio, ou a pele de galinha ou o coração a mil à hora. Já não há nada desse lado, e deste ficou tudo. Tudo e tanto que já cansa de ser assim. Merda! Porque raio tinha eu de me apaixonar por ti. Foda-se o amor, foda-se a minha vida. Foda-se esse homem que não me sai da cabeça e não me sai do peito. Foda-se essa vida em que me enfiaste cheia, mas cheia e a verter, de amor por ti. Merda!
Não é normal. Não posso e quero-te. Não quero querer mais e acabo por querer tanto ou mais do que já queria. Não é normal. Mas também, o que é que haveria de ser normal nesta puta de vida?
Merda!

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