Amores que não resultam, amores por opção, amores que começam à noite e acabam de manhã, que começam no inicio do verão e com fim também no fim daquele. Amores que não o são, que o fingem ser. Amores sem dignidade de serem reconhecidos assim, onde não cabe a verdade, sem lugar para a memória feliz de um dia terem sido qualquer coisa e que qualquer coisa tenha sido amor. Amores que nunca o chegam a ser, dissabores, desamores, perdas de paixões e coisas da qual nasce o amor, amores que não têm coragem de sê-lo. Amores perdidos, escondidos, refugiados, apagados, ou então nunca começados, sentidos. Amores que chegam ao fim, amores de luta, de guerra, de sorriso nos lábios fingido, escondida a cara pintada de dor e lavada em lágrimas. Amores sem resposta, cheios de uma incerteza que aparece não se sabe bem de onde. Amores de corpo, de boca gozada e cerrada à certeza de amar alguém. Amores vindos de quem não sabe amar, ou de quem sabe e esquece de como é bom sentir o amor. Amores. Amor. E eu estou farta. Farta de amar e não amar, de ser e não ser, ou de ter e não ter. Farta e cansada de carregar no peito o amor que é meu e aquele que é dos outros. Aquele que dou, que ninguém recebe ou que por contrário ninguém me dá em troca. Farta. Tudo tem o seu limite, até o amor. E até eu.
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