Dá-me amor. E seria tão mais fácil se tudo na vida fosse assim. Pedir e ter. Querer e no agora da vontade, ter. O que fosse e quando fosse, mas que fácil o fosse. Seria tão mais simples se em cada dia nos dessem de mão beijada o que nem com o corpo suado nos cai aos pés, por vezes.
Mas, infelicidade ou felicidade a nossa, não é assim.
E venho eu com meras filosofias, armada em mulher com uma vasta experiência de vida, usando palavras caras para falar de qualquer coisa tão simples quanto o amor, como se até ele não atravessasse uma crise tremenda.
Já não há quem dê de mão beijada o que até aos pontapés devia haver. Amor. Nas 24 horas em que se sente, nada se sentiria tão bem quanto o bom que é arrepiar-se de amor. Sentir as pernas a tremer, as chamadas borboletas na barriga que ninguém sabe bem de onde vêm, mas que sabem tão bem.
Nem parecem palavras de amor, carregadas de dor e palavreado caro, cheias de histórias por viver e sentimentos de culpa do que não se fez e que a vontade tanto queria ter feito.
Ou dás ou não dando também não tens. Vive-se assim. Sobrevive-se deste jeito. Diz-se e desdiz-se, não há nada dito que fique e perdure. Que dure. Mas que não acabe. Hoje queres, amanhã deitas fora. Hoje sentes, amanhã foi engano. E ouve-se bocas a pedir amor, quando sabem lá elas que amor é muito mais que deitar numa cama com três copos de vinho e alguém cujo nome não interessa para o caso.
Dá-me amor. Facilidades impossíveis para quem o quer sentir. Para quem o quer ter. Só dá quem o ousa sentir nas entranhas, quem sabe que no fundo da palavra cabe muito mais que uma carteira cheia e sexo de uma noite. E verdade seja dita, hoje em dia já são poucos os o que o sentem, e de verdade.
Sei lá que merda é esta de que as pessoas vivem hoje!
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