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Não esperes pelo tempo. Olha que ele não espera por ti!
Estás sempre à procura do momento certo. O momento ideal. Aquele em que escolhes dizer o que mais te sufoca, o que mais te assusta ou excita, mas por vezes esse momento não chega, ou parece não chegar. Talvez porque o momento ideal não existe. Criamos a hora perfeita para dizer olá, o minuto que achamos que vai doer menos o adeus, o dia exacto em que vai soar melhor uma boa notícia ou vai cair menos mal uma má. Errado. Tudo errado. É errado acharmos que existe o tempo certo para ser feito o certo. E quando damos por nós, o certo é que se perdeu tempo a achar que se tinha todo o tempo do mundo. Confuso, não é?
Acordas e julgas que é cedo, que o amanhã ainda existe, que o depois corre devagar, e que é tão certo como agora estares vivo. Mais uma vez, cais na ilusão de que tens tempo. De que quase és eterno para amar. Amar e esquecer. Cais na mesma calçada que passaste dez vezes até ganhares coragem de abrires a boca e falares, despejares o que a alma até então se cansou de guardar. Levantas-te e fazes de novo o mesmo erro. Esperas. Deixas que façam por ti, que ajam por ti, que amem o que tu amas, quase como se não amasses. Paras no tempo e achas que o controlas, quando é ele que te controla. Deixa-te de merdas. E se fosse o tempo a falar de olhos nos olhos diria-te a mesma coisa.
Deixa-te de merdas. Não existe o momento ideal. Essa coisa de agora não, agora sim, depois talvez. Basta! Vai enquanto podes, faz por teres antes que alguém faça por ti. Vai. Não fiques. Até porque enquanto tu decides ir ficando, a vida passa-te ao lado. A vida, e não só.
Deixa-te de merdas.
E olha que o tempo sabe o que diz.
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